Século vinte um. Toda mulher desse século foi criada com o típico discurso feminista contraditório ditado por nossas mães, tias e amigas. Faça sexo com camisinha, não transe com qualquer um e tente ser pura para não perder o futuro marido. De valor a amizade, mas nunca deixe a sua amiga ser muito íntima do seu namorado, e principalmente de prioridade para sua carreira e procure um marido bem-sucedido.
O resultado desse mundo feminista, confuso entre a liberdade e o falso moralismo, criou dois tipos de mulheres na faixa etária de vinte e poucos anos: as solteiras maluquinhas e as namoradas-esposas.
As solteiras maluquinhas são aquelas que já foram namoradas-esposas e tiveram uma grande decepção amorosa. Agora, para apagar da memória a imagem ‘mulher idiota’ do passado, se enfiam em vestidos curtos e justos, saem para as festas badaladas da cidade, beijam e transam com vários homens diferentes. Juram que estão se divertindo, mas vivem bêbadas. E a bebida normalmente é a grande desculpa dos erros cometidos. Vivem dizendo que não acreditam mais no homem perfeito, mas estão à procura de um. E vivem julgando as amigas namoradas-esposas. “Ela só pensa nele agora”, ” Ela ta deixando de viver a vida dela”, etc.
As namoradas-esposas, normalmente eram mulheres inteligentes até o coração bater por um cara e esquecer de bombear sangue para o cérebro. Esquecem completamente do discurso feminista e entram no contraditório. Esquecem das amigas, do que gostam e principalmente delas mesmas. Toda conversa vem com o típico ‘‘ nós’’: “Nós estamos planejando as férias do final de ano”, “ Nós vamos assistir o último filme do Woddy Allen” , “ Nós adoramos aquele restaurante”.Vivem na casa do namorado, dormem e acordam no mundo do cara. Acabam ficando ultramega amiga dos amigos dele e começam a freqüentar os lugares que ele ama e que normalmente ela odeia. Muitas vezes estão empurrando o relacionamento com a barriga, mas vivem planejando o casamento. E sempre estão julgando as amigas solteiras maluquinhas e com medo das solteiras maluquinhas que não são suas amigas ou muitas vezes acabam ficando com medo das amigas.
O que essas mulheres têm em comum além de serem completamente contraditórias? Todas vivem a neurótica procura pela felicidade. Esquecem que felicidade não é algo constante e não existe em lugares ou em pessoas. Esquecem que quem é feliz é feliz sozinho também e aos vinte anos devemos estar à procura da mulher que queremos ser e não do homem que queremos ter. E para o relacionamento da certo, é preciso compartilhar a felicidade com o namorado e não procurá-la nele. Enfim, a verdade é que ser solteira é ter liberdade, mas não é preciso ser uma maluca bêbada em baladas para aproveitar essa liberdade. E estar apaixonada é ótimo, mas o amor faz a gente sofrer, e quem vai limpar essas lágrimas e dar o ombro pra gente chorar sempre será suas amigas.
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Um comentário:
Definitivamente, este foi um dos melhores textos q li a respeito deste tema. Me considero uma feminista + não chego a ser neurótica pelo menos eu acho, rsrsrs. Entrei em seu blog por acaso, procurando informações sobre o livro "1968 O ano que não terminou" e através do que vc escreveu até me interessei pra terminar de ler o livro rsrsrs. Me identifiquei com a sua forma de escrever, principalmente no "Feministas Neuróticas" e vc descreve exatamente o que eu acho sobre esse tema. Tenho 19 anos, curso o 5º período de publicidade e espero que vc alcance o seu sucesso como jornalista!!!
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