Na bagagem algumas esperanças e incertezas, no coração a certeza de não querer voltar. O sofrimento, a mágoa, as feridas sentiam o efeito do analgésico feito de sonhos e já não se percebia a dor.
Os olhos só enxergavam a longa estrada pela frente e o entusiasmo lhe dava energia suficiente para lutar contra os monstros do medo, da covardia, da preguiça, da insegurança, enfim buracos e pedras que se encontra no caminho pra felicidade.
Escutava as melodias das mais belas canções de despedida e as notas da saudade despertava um sentimento desconhecido, totalmente novo. E caminhava sobre os acordes desse novo momento com passos tão leves que chegava a flutuar.
Fez uma limpeza na memória, organizou as lembranças em estantes. Cada uma recebeu um nome engraçado que lhe fazia surgir um sorriso no rosto quando pronunciadas. As que não conseguiu enfeitar jogou fora na lixeira do esquecimento e as viu desaparecerem no abismo da indiferença.
Tocou aquilo que não via, amou aquilo que se ouviu no silêncio, se apaixonou por aquilo que não tocava. Viu o brilho do ouro na pobreza e sentiu o cheiro do lixo na riqueza.
Escutou as batidas de um coração se transformando em covinhas e lágrimas em um rosto que se emocionou com dez anos passados em conversas sem sentido com a vida.
Disse adeus sem sentir dor e chorou sem tristeza sentir, abraçou com amor àquelas lembranças de nomes engraçados que nomeou e amou com carinho as pessoas importantes que sem culpa pra trás deixou e viu a menina ficar e a mulher prosseguir.
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