Invasão da Unb
"A dominação da mentalidade e formação dos jovens é uma das formas mais antigas de manutenção do poder".Márcio Moreira Alves - Jornal da FEUB - 1968
A Universidade de Brasília viveu turbulentos dias durante o regime militar. Com um projeto inovador a universidade enfrentou várias invasões, mas foi marcada pela violência e autoritarismo na invasão do ano de1968.
Brasília era um canteiro de obras e de oportunidades. A nova capital do país estava nascendo, e adotava filhos vindos de todo o Brasil. A universidade de Brasília, nascida dos sonhos de Darcy Ribeiro, apoiada por uma geração de intelectuais dava a oportunidade a jovens de ter uma expectativa de um futuro melhor. A Unb era ponto de encontro desses estudantes, que inspirados no ideal por uma sociedade mais justa, livre e fraternal despertavam nas autoridades militares a sensação de perigo.
Motivos para manifestações não faltavam, a cada ação violenta da polícia, A Feub (federação de estudantes universitários de Brasília) se tornava mais forte e atuante. A notícia da morte do estudante Edson Luís assassinado em uma ação violenta da polícia militar no Rio, reúne os estudantes da Unb, que decidem em assembléia homenagear o estudante, dando seu nome a uma praça da Faculdade de Educação
Assim, sucede-se uma série de manifestos contra o regime e a violência de ações policiais.
Com descoberta das relações do professor Roman Blanco com a SNI (serviço nacional de informações) e a identificação de militares em Assembléias, os estudantes diante uma possível intervenção declaram o campus da universidade, ''Território livre" e aos gritos os estudantes agridem o professor com ovos e invadem a sala e a residência de Blanco colocando seus pertences, móveis e materiais didáticos em áreas externas do prédio da colina
Com descoberta das relações do professor Roman Blanco com a SNI (serviço nacional de informações) e a identificação de militares em Assembléias, os estudantes diante uma possível intervenção declaram o campus da universidade, ''Território livre" e aos gritos os estudantes agridem o professor com ovos e invadem a sala e a residência de Blanco colocando seus pertences, móveis e materiais didáticos em áreas externas do prédio da colina
O reitor Caio Benjamin Dias, solicitou a intervenção da polícia no compus. E no dia 15 de agosto, o coronel Murilo Rodrigues de Souza, comunica a prisão preventiva de sete estudantes e alegando cumprir mandato as tropas militares invadem violentamente a Unb.
Era um dia normal no campus da universidade. Estudantes assistiam á aulas práticas e realizavam provas, quando se viram diante de uma verdadeira guerra, com lutas corporais, depredações, agressões, tiros, prisões. Os prédios da universidade foram envolvidos por nuvens de gás e pólvora e estudantes foram presos e torturados.
Diante de tal violência sem justificativa o ministro da justiça, Luís Antônio da Gama, nega que tenha ordenado à invasão. Estudantes, professores, mães, deputados e senadores, iniciaram protestos, com o objetivo de impedir novas ações violentas. Até parlamentares que apoiavam o governo protestaram à violência da invasão
Em discurso o deputado federal, Márcio Moreira Alves, faz duras críticas a ditadura militar no congresso, e é processado. Mas diante a negativa do afastamento do deputado pelo congresso, Costa e Silva decreta o AI- 5.
Honestino Guimarães, presidente da Feub em 68, foi preso em 73 no Rio de janeiro onde vivia clandestinamente, e faz parte da lista de desaparecidos políticos.
O ano de 68 foi um ano romântico, os sonhos inspiravam as lutas e revoluções , o louco comportamento questionava a sociedade, as teorias dos livros despertavam a vontade de mudar de jovens que não se calaram diante um inimigo tão autoritário e cruel que foi o regime militar. A invasão da Unb, e outros ataques a estudantes deixa as marcas de tempos que jamais serão esquecidos.
Um comentário:
seria legal se você fizesse um paralelo entre a invasão antiga e a atual (isso puxaria os leitores não interessados em 68) e tembém se decidisse entre a neutralidade ou posicionamente em relação as invasões. Uma pitadinha de algo humano também faria toda a diferença (como algumas característica do honestino com a família ou a namorada também).
Fiz questão de escrever muito porque gostei do que vi e acho que pode ficar ainda melhor.
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